Engenharia de Produção

Principais pós-graduações para Engenheiros de Produção

Veja quais são os tipos de pós-graduações existentes e quais as principais áreas do mercado que um Engenheiro de Produção pode buscar para se especializar.

Visto a grande competição no mercado de engenheiros do Brasil, é sempre importante, após a graduação, que o profissional busque se especializar em alguma área. Normalmente isso ocorre através de cursos de pós-graduações que, além de promoverem mais conhecimento teórico e/ou prático, dão título acadêmico para além do bacharelado.

Mas quais são os tipos de pós-graduação que um Engenheiro de Produção pode buscar no mercado?

Em temos de titulação, existem dois tipos: as pós-graduações lato sensu e as stricto sensu. As lato sensu são as especializações (que dão o título de especialista), enquanto que as stricto sensu são os conhecidos programas de mestrado e doutorado (que dão o título de mestre e doutor, respectivamente).

Dentre as pós-graduações lato sensu, uma das possibilidades é cursar Especialização em Engenharia de Produção. A vantagem dela é que o profissional pode revisar e se aprofundar ainda mais nos conceitos da Engenharia de Produção, além de também poder executar outro projeto de conclusão de curso dentro da sua área de atuação.

A desvantagem é que, para quem gosta de aprender coisas novas ou então deseja se especializar em uma área específica da Engenharia de Produção (como Pesquisa Operacional, por exemplo), essa especialização não é indicada, pois pode ser apenas mais do mesmo.

Outra especialização bastante comum que engenheiros costumam buscar é a Engenharia de Segurança do Trabalho. Nela o profissional aprende mais a fundo os conceitos relacionados a higiene, saúde e segurança do trabalho, métodos de prevenção de acidentes, as normas regulamentadoras, além de também pincelar algumas questões relacionadas ao meio ambiente.

Essa especialização traz novas atribuições perante o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). O profissional especialista nessa área, independentemente da engenharia na qual é formado, pode assinar como responsável, por exemplo, em LTCAT (Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho), elaborar PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), entre outras questões inerentes a responsabilidade técnica de engenharia em segurança do trabalho.

Também existem as especializações em Gestão Ambiental, fornecendo ao profissional conhecimento mais aprofundado sobre as melhores práticas para o desenvolvimento sustentável, planejamento, avaliação econômica e análise de riscos ambientais, além das principais regulamentações e certificações ambientais no Brasil e no mundo.

Nos últimos anos também têm surgido especializações em Lean Six Sigma. É importante frisar a diferença entre a especialização nessa área, que possui carga horária de pelo menos 360 horas, dos treinamentos em Lean Six Sigma, que possuem, em média, carga horária entre 20 e 50 horas cada módulo e resultam em certificações Yellow Belt, Green Belt, Black Belt, entre outras.

Essa especialização, além de ser um tema muito atual, se aprofunda e integra os conceitos de Lean Manufacturing, Six Sigma e Controle Estatístico do Processo. Tudo isso a partir da metodologia DMAIC, que significa: Define (Definir), Measure (Medir), Analyse (Analisar), Improve (Melhorar) e Control (Controlar). Além disso é trabalhado o software Minitab, um dos principais no mercado para análise estatística, sendo também um dos Softwares indispensáveis para Engenheiros de Produção.

Outra questão importante dessa especialização é que algumas instituições de ensino fornecem o diploma de especialista na área juntamente com os certificados Green Belt e/ou Black Belt. Estes certificados são valorizados a nível internacional, atestando que o profissional não apenas conhece os conceitos e aplicações das ferramentas Lean Six Sigma, mas também possui experiência prática no desenvolvimento de projetos dessa área.

Ainda no âmbito de pós-graduações lato sensu, uma das principais escolhas dos engenheiros são os MBAs (Master of Business Administration). Em diversos países do mundo essa modalidade é reconhecida como stricto sensu, porém, no Brasil, sua abordagem possui um viés mais prático na gestão dos mais variados tipos de negócios, não se aprofundando no âmbito da pesquisa científica, o que a caracteriza como lato sensu.

Dentre os principais dessa categoria está o MBA em Gerenciamento de Projetos, que desenvolve os conceitos relacionados a planejar, executar e controlar projetos conforme os mais variados aspectos, tais como escopo, tempo, custos, qualidade, comunicação, riscos, staleholders, pessoas, entre outros. Uma das principais referências nessa área é o Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos, ou PMBOK (Project Management Body of Knowledge).

Outro MBA também muito procurado por engenheiros é o MBA em Gestão Empresarial, que é uma especialização mais abrangente no âmbito organizacional. Ela possibilita o profissional desenvolver visão estratégica, capacidade para analisar, estruturar e sintetizar informações relacionadas a gestão, além de também apresentar conceitos sobre comunicação e liderança.

Para quem deseja se aprofundar especificamente na questão da comunicação e liderança, existem os MBA em Gestão de Pessoas. Eles abordam mais a fundo métodos para motivação, administração de conflitos, comunicação interpessoal, construção de equipes de alto desempenho, desenvolvimento de carreira, além das relações de trabalho e seus aspectos legais.

Uma das instituições mais conceituadas e que oferecem MBA no Brasil é a FGV (Fundação Getúlio Vargas) que, apesar de muitos de seus cursos terem preços pouco acessíveis, se comparados aos demais, possui reconhecimento internacional como instituição de ensino de excelência.

O grande motivo para que um profissional de engenharia procure uma pós-graduação lato sensu (ou especialização) é o aprofundamento de seu conhecimento para atuação na área de seu interesse, seja na indústria ou comércio. Outro ponto é que o mercado de trabalho, hoje, se mostra bastante competitivo, dado o alto índice de profissionais formados e procurando colocação ou recolocação, o que denota grande necessidade de maior capacitação profissional para se diferenciar dos demais.

Mas existem também pós-graduações stricto sensu que auxiliam os profissionais a desenvolverem melhor sua atuação no mercado de trabalho de forma prática, são os chamados Mestrados Profissionais. São cursos que, além de atribuírem o grau de mestre àqueles que atingirem todos os créditos necessários do programa, têm o objetivo de contribuir com o setor produtivo no sentido de capacitar profissionais que atendam às demandas mais atuais do mercado de trabalho.

Algumas das instituições que possuem os principais programas de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção no Brasil são a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), a UNIFEI (Universidade Federal de Itajubá) e a UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Existe uma discussão sobre Doutorado Profissional, modalidade que já foi instituída no Brasil pelo MEC, porém ainda é uma questão nova no nosso país e, em relação a Engenharia de Produção, não há ainda movimentação aparente para o desenvolvimento de algo nessa linha.

Para além da atuação profissional no mercado de trabalho, existem as pós-graduações stricto sensu com o objetivo de formar professores e pesquisadores. São os Mestrados Acadêmicos e Doutorados Acadêmicos. Neste aspecto, os candidatos a mestre e doutores precisam desenvolver, respectivamente, dissertações e teses consistentes e com contribuição científica relevantes para a área na qual estão estudando.

Basicamente, o objetivo destes programas de mestrado e doutorado são: formação de professorado competente, estimular o desenvolvimento de pesquisa científica e assegurar treinamento eficaz de técnicos e trabalhadores intelectuais de alto padrão.

Algumas das instituições que possuem os principais programas de Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico em Engenharia de Produção no Brasil são a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a UFRJ (Universidade federal do Rio de Janeiro), a USP (Universidade de São Paulo) e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, é possível concluir que, escolher qual desses tipos de pós-graduação cursar depende muito do seu perfil profissional, em qual área você deseja aprofundar seu conhecimento, qual possui mais aceitação no mercado em que você atua e qual nível de título você deseja adquirir.

Para o título de Especialista, é possível escolher entre uma infinidade de cursos existentes no Brasil e no exterior, podendo ser não apenas os citados neste artigo, mas qualquer um que esteja coerente com seus desejos profissionais e suas capacidades financeiras para investimento.

Os cursos aqui citados são apenas os mais procurados e mais indicados dentre os profissionais de Engenharia de Produção, mas nada impede que você escolha outro tema que esteja de acordo com sua realidade. Alguns exemplos que não aparecem aqui são especializações em Qualidade, Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos, que também possuem bastante procura.

Já para os títulos de Mestre e Doutor, uma questão que é bastante discutida e que aparece muito em concursos para cargos de professor universitário na esfera pública é a coerência da formação acadêmica.

Não é proibitiva uma formação de, por exemplo, graduação em Engenharia de Produção, com mestrado e doutorado em Administração. Ou o contrário, graduação em Administração, com mestrado e doutorado em Engenharia de Produção. Porém, isso acaba afastando o acadêmico dos grandes centros, sendo normalmente aceitos estes níveis de formação apenas em editais das universidades de menor renome.

Para nós, da Engenharia de Produção, caso tenhamos interesse de nos tornarmos professores universitários, Mestrado e Doutorado em Engenharia de Produção é o mais aconselhável. Ou, pelo menos, a manutenção da formação no âmbito da Engenharia, o que já abre diversas portas nas instituições federais.

 

  Este post é uma parceria com a página Engenharia de Produção

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Nelson Júnior

Engenheiro e Mestre em Engenharia de Produção. Apaixonado pela Educação e Pesquisa em Engenharia. Engenheiro de Produção do Departamento Técnico (DETEC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Federal de Goiás (UFG) - Campus Aparecida de Goiânia (CAP) e YouTuber do canal Engenheiro de Produção.

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